Confusão nas carreiras<br>para impor polivalência

Ao falar na redução de mais de 1400 «carreiras» para apenas três, «o Governo confunde carreiras com categorias e profissões, para dar a ideia de exagero», quando, «na realidade, actualmente, as carreiras gerais organizam-se em seis grandes grupos, o que é substancialmente diferente».
Esclarecendo esta «confusão», em nota divulgada segunda-feira à imprensa, o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores acusa o Ministério das Finanças de recorrer àquele falso argumento «para justificar a medida de redução das carreiras» e tentar «escamotear o verdadeiro objectivo, que é introduzir a polivalência funcional, sem quais regras».
Quando o Governo fala em «facilitar a mobilidade», para os trabalhadores isso significará que «quem não se sujeitar, é “corrido” para a mobilidade especial (o despedimento encapotado na Administração Pública)», traduz o sindicato.
As instruções saídas sexta-feira (segundo o DN) dos gabinetes de Teixeira dos Santos para os outros ministérios, e a que estes têm que responder até 24 de Agosto, seguem-se à aprovação, uma semana antes, na AR, do diploma sobre vínculos, carreiras e remunerações. «E novamente os sindicatos sabem apenas pela comunicação social, revelando mais um exemplo da prepotência deste Governo», protesta o STFPSA.
Se os trabalhadores, com esta redução, «deixam de ver as suas funções devidamente valorizadas», ela também afectará os próprios serviços públicos. A título de exemplo, o sindicato avisa: «Poderá acontecer que um electricista altamente especializado exerça funções de auxiliar de acção educativa, um administrativo passe a ser vigilante da natureza, o encarregado do pessoal auxiliar exerça as funções de auxiliar, um topógrafo passe a administrativo, um desenhador-projectista possa exercer funções de tesoureiro».
Acrescentam-se, no rol de medidas do Governo, o ataque aos suplementos remuneratórios (os ministérios deverão dizer se estes se justificam ou não) e o aumento do tempo para progressão. «O que está em causa é a estagnação/desvalorização profissional e salarial da esmagadora maioria dos trabalhadores da Administração Pública», conclui o STFPSA, reafirmando que os funcionários «continuarão a lutar contra estas alterações, que não os dignificam nem valorizam, antes os tratam como peças moldáveis e descartáveis».


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